À Procura da Verdade
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 Diferenças entre as bíblias...

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MarcioAlmeida




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MensagemAssunto: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptySeg Ago 24, 2009 1:46 pm

Todas as bíblias são iguais ?O que garante a veracidade da bíblia ?Qual a versão correta ?
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são vieira




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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptySáb Ago 29, 2009 3:59 am

Que garantia há de que a Bíblia não foi alterada?

Traduções interlineares da Bíblia

ESCREVERAM-SE manuscritos que continham as inspiradas Escrituras Gregas num lado da página e a tradução da Vulgata latina no outro lado da mesma página. Isto permitia a comparação dos textos nas duas línguas. Fizera-se com “palavras corretas de verdade” a tradução latina da Bíblia inteira, do tradutor católico Jerônimo? Bem, os que sabem latim e grego podem comparar os dois textos e verificar isso por si mesmos.

No ano de 1528, um frade italiano chamado Sanctes Pagninus publicou em Lião, na França, uma obra em que ele trabalhara durante trinta anos. Seu título em latim, traduzido ao português, é “Uma Nova Tradução do Antigo e do Novo Testamento”. Tratava-se, naturalmente, duma tradução em latim. Posteriormente, publicou-se dela uma edição em Lião, por Servetus, em 1542. No ínterim, porém, apareceu no cenário o sacerdote espanhol e orientalista chamado Arias Montanus. O Rei Filipe II, da Espanha, o convocou para trabalhar numa projetada Bíblia Poliglota, que o rei mandava fazer à sugestão do famoso impressor Plantin. Esta Bíblia foi finalmente impressa em Antuérpia, em 1569-1572. Seu título em latim, traduzido ao português, é “A Bíblia Sagrada em Hebraico, Caldeu, Grego e Latim, de Filipe II, Rei, Católico em Piedade e Erudição, para o Uso Sacrossanto da Igreja”, impressa por Plantin, em oito (Cool volumes, em formato in-fólio. Por causa do lugar onde foi impressa, é em geral chamada de “Poliglota de Antuérpia”. Às vezes é chamada de “Bíblia Real”, por causa do patrocínio do Rei Filipe II; e outras vezes de “Bíblia Plantiniana”, segundo o impressor.

O sacerdote espanhol Arias Montanus incorporou nesta Poliglota de Antuérpia uma correção da tradução latina da Bíblia por Sanctes Pagninus. Arias Montanus morreu anos depois, em 1598. No ano de 1599 e nos anos de 1610-1613 publicaram-se edições do texto latino da Bíblia de Pagninus, as quais forneciam uma tradução interlinear e de palavra por palavra do hebraico, junto com a pontuação vocálica, hebraica, havendo por cima do texto hebraico a tradução latina. Esta Bíblia hebraico-latina foi por muito tempo considerada a Bíblia hebraica mais conveniente para os que começavam a aprender o hebraico. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia (E. U. A.) possui exemplares originais da tradução interlinear impressa pela gráfica de Plantin, e os onze volumes levam as datas de 1610, 1611, 1612, 1613 e 1615. O primeiro volume, contendo os livros bíblicos de Gênesis e Êxodo, tem o título latino que traduzido ao português é “Bíblia Hebraica com Interpretação Interlinear Latina de Sanctes Pagninus de Lucca”.

O décimo volume, que começa com o Evangelho de Mateus, tem o título que, traduzido ao português, reza: “Novo Testamento Grego com a Interpretação Latina Comum Inserida Entre as Linhas do Contexto Grego, cuja interpretação, deveras, . . . expressando evidentemente mais o sentido do que as palavras, é colocada ao lado, na margem do livro, e outra do Benedito Arias Montanus, o Espanhol, . . .” Nesta obra, a tradução latina aparece acima do texto grego, palavra por palavra.

No fim do século dezasseis e no princípio do século dezassete, portanto, publicou-se esta tradução interlinear e palavra por palavra da Bíblia. Esta matéria interlinear foi incorporada na Bíblia Poliglota, publicada em 1654-1657 pelo famoso prelado britânico Dr. Brian Walton. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia possui exemplares originais desta obra maciça, em oito volumes grandes. O cabeçalho acima da parte interlinear para o texto hebraico e o acima do texto grego mencionam o frade italiano Pagninus e o sacerdote espanhol Arias Montanus, para mostrar a origem da matéria.

Duzentos anos depois, produziu-se algo mais prático para os estudantes da Bíblia em geral. No ano de 1857, Benjamin Wilson, editor de jornal em Geneva, Ilinóis, E. U. A., publicou a primeira parte de sua tradução interlinear das inspiradas Escrituras Gregas. A parte final foi publicada em 1863. Foi publicada em um só volume em 1864 e chamada de “The Emphatic Diaglott”. O nome “Diaglott” significa literalmente “através da língua”, mas entende-se que signifique “interlinear”. Em 1902, compraram-se os direitos autorais e os clichês da Diaglott da Fowler & Wells Company da cidade de Nova Iorque os quais foram dados como presente à Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), cujo presidente naquele tempo era Charles Taze Russell. No ano de 1927, esta Sociedade começou a publicar a Diaglott impressa nas suas próprias prensas, e continua a publicá-la até hoje.

Na larga coluna do lado esquerdo de cada página, a Diaglott apresenta o texto grego, usando a recensão feita pelo Dr. J. J. Griesbach, alemão, em 1775-1777, e debaixo de cada palavra grega apresenta o seu equivalente em inglês. Na estreita coluna à direita de cada página, ela apresenta a tradução moderna, inglesa, feita por Benjamin Wilson.

Apesar do cuidado dos copistas dos manuscritos da Bíblia, introduziram-se no texto alguns pequenos erros e alterações de escribas. Em geral, são insignificantes e não alteram a integridade geral da Bíblia. Foram descobertos e corrigidos por meio de cuidadosa colação erudita ou comparação crítica dos muitos manuscritos e versões antigos existentes. O estudo crítico do texto hebraico das Escrituras começou perto do fim do século 18. Benjamin Kennicott publicou em Oxford (em 1776-1780) o texto de mais de 600 manuscritos hebraicos, massoréticos, e o perito italiano Giambernardo de Rossi publicou em Parma as comparações de 731 manuscritos, entre 1784 e 1798. Textos padrões das Escrituras Hebraicas foram também produzidos pelo perito alemão Baer, e, mais recentemente, por C. D. Ginsburg. Rudolf Kittel, hebraísta, lançou em 1906 a primeira edição da sua Biblia Hebraica, fornecendo nela um estudo textual por meio de notas de rodapé, que comparam muitos manuscritos hebraicos do texto massorético. O texto básico usado por ele foi o texto de Ben Chayyim. Mas, quando os mais antigos e superiores textos massoréticos de Ben Asher se tornaram disponíveis, Kittel empreendeu a produção de uma terceira edição, inteiramente nova, que após a sua morte foi completada por seus colegas.
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são vieira




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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptySáb Ago 29, 2009 4:01 am

a questão é : até que ponto usam realmente o verdadeiro conhecimento que as escrituras nos apresentam as diversas religiões..se a biblia é só uma então porque tanta diversidade de ensinos divergentes?
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MarcioAlmeida




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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptySeg Ago 31, 2009 11:58 am

são vieira escreveu:
a questão é : até que ponto usam realmente o verdadeiro conhecimento que as escrituras nos apresentam as diversas religiões..se a biblia é só uma então porque tanta diversidade de ensinos divergentes?
Vemos que cada religião possui um ponto de vista diferenciado a cada pormenor descrito nas escrituras.
Também há as religiões que buscam crescimento próprio e não crescimento em Deus, deturpando assim as escrituras.
Também existem textos com sentido bastante complexo que são passíveis de diversas interpretações, o que pode originar muitas digvergências...
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são vieira




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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptySeg Ago 31, 2009 2:09 pm

há assuntos biblicos ou textos que por si só podem dar nuances mas se analisarmos bem o modo de pensar de Deus, vemos que tem de haver harmonia interna sobre determinado assunto e daí não podemos tirar conclusões proprias. as escrituras são só uma e a seu ensino é só um.(2 Pedro 1:20) . . .Pois sabeis primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação particular.. . .
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MarcioAlmeida




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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptySeg Ago 31, 2009 2:59 pm

são vieira escreveu:
ESCREVERAM-SE manuscritos que continham as inspiradas Escrituras Gregas num lado da página e a tradução da Vulgata latina no outro lado da mesma página. Isto permitia a comparação dos textos nas duas línguas. Fizera-se com “palavras corretas de verdade” a tradução latina da Bíblia inteira, do tradutor católico Jerônimo? Bem, os que sabem latim e grego podem comparar os dois textos e verificar isso por si mesmos.
Não há muito o que se comprar pois os textos gregos são baseados na septuaginta e as versões atuais também...
Há muitas histórias que tentam dar veracidade e credulidade aos textos gregos e à própria septuaginta, porém há uma conturbada declaração de são Jerônimo se amaldiçoando pela tradução que fez dos textos originais.
Os Judeus reclamam que os textos da septuaginta é bem diferente dos originais hebreus...
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são vieira




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MensagemAssunto: um pouco de história   Diferenças entre as bíblias... EmptySeg Ago 31, 2009 5:25 pm

O nome latino de Jerónimo era Eusebius Hieronymus. Ele nasceu por volta de 346 EC, em Strido, na província romana da Dalmácia, perto da atual fronteira da Itália com a Eslovênia. Seus pais tinham uma boa situação financeira e, desde bem jovem, ele experimentou as vantagens do dinheiro, sendo educado em Roma pelo renomado gramático Donato. Jerônimo mostrou ser um talentoso estudante de gramática, retórica e filosofia. Nesse período, ele começou também a estudar grego.

Após deixar Roma em 366 EC, Jerónimo ficou vagueando e, finalmente, foi parar em Aquiléia, Itália, onde lhe foi apresentado o conceito do ascetismo. Atraídos pelas ideias de extrema abnegação, ele e um grupo de amigos passaram os anos seguintes desenvolvendo um modo de vida ascético.

Em 373 EC, um inexplicável transtorno fez o grupo dissolver-se. Desiludido, Jerónimo vagueou na direção leste através da Bitínia, Galácia, Cilícia e finalmente chegou à Antioquia, Síria.

A longa jornada cobrou o seu tributo. Exausto e com a saúde fraca, Jerónimo quase foi vencido pela febre. “Oh! se tão somente o Senhor Jesus Cristo me transportasse subitamente até tu”, disse ele, escrevendo a um amigo. “Meu pobre corpo, fraco, mesmo quando estou bem, tem sido despedaçado.”

Como se não bastassem a doença, a solidão e os conflitos internos, logo Jerónimo se confrontou ainda com outra crise — uma crise espiritual. Ele sonhou que foi “arrastado perante a cadeira de juiz” de Deus. Quando perguntado sobre a sua identidade, Jerónimo respondeu: “Eu sou cristão.” Mas o que estava presidindo retrucou: “Tu mentes, és seguidor de Cícero e não do Cristo.”

Até aquela ocasião, a paixão de Jerónimo pelo aprendizado centralizava-se principalmente no estudo dos clássicos pagãos, em vez de na Palavra de Deus. “Sentia-me atormentado”, disse ele, “pelo fogo da consciência”. Na esperança de endireitar a questão, Jerónimo fez um voto durante o sonho: “Senhor, se eu algum dia possuir novamente livros seculares ou se porventura os ler novamente, terei renegado a Ti.”

Mais tarde, Jerónimo argumentou que não poderia ser responsabilizado por um voto feito num sonho. Ainda assim, estava determinado a cumpri-lo — pelo menos em princípio. Por isso, Jerónimo partiu de Antioquia e procurou isolar-se em Cálcis, no deserto da Síria. Vivendo como um eremita, ele aprofundou-se no estudo da Bíblia e de publicações teológicas. Jerónimo disse: “Leio os livros de Deus com um zelo maior do que o que eu havia dedicado aos livros dos homens.” Ele também aprendeu o idioma siríaco local e começou a estudar hebraico com a ajuda de um judeu que se havia convertido ao cristianismo.

Comissionado pelo papa


Após cerca de cinco anos de vida monástica, Jerónimo voltou a Antioquia para continuar seus estudos. Mas ao chegar, ele encontrou a Igreja profundamente dividida. Realmente, enquanto ainda estava no deserto, Jerónimo havia recorrido ao Papa Dâmaso em busca de conselho, dizendo: “A Igreja está dividida em três facções, cada qual ávida para que eu a apóie.”

Com o tempo, Jerónimo decidiu juntar-se a Paulino, um dos três homens que havia reivindicado o título de bispo de Antioquia. Jerónimo concordou em ser ordenado por Paulino com duas condições. Primeira, ele queria ser livre para dedicar-se às suas ambições monásticas. E segunda, ele insistiu em permanecer isento de quaisquer obrigações sacerdotais de ministrar em determinada igreja.

Em 381 EC, Jerónimo acompanhou Paulino ao Concílio de Constantinopla e depois seguiu viagem com ele até Roma. O Papa Dâmaso logo reconheceu a erudição e a habilidade lingüística de Jerónimo. Dentro de um ano, Jerónimo foi elevado à prestigiosa posição de secretário particular de Dâmaso.

Como secretário, Jerónimo não se esquivava das controvérsias. Ao contrário, ele parecia atraí-las. Por exemplo, ele continuou a viver como asceta no meio da suntuosa corte papal. Além disso, promovia seu estilo de vida austero e falava aberta e veementemente contra os excessos mundanos do clero, o que lhe rendeu um bom número de inimigos.

Mas apesar de seus críticos, Jerónimo recebeu pleno apoio do Papa Dâmaso. O papa tinha bons motivos para incentivar Jerónimo a continuar suas pesquisas bíblicas. Naquela época, usavam-se muitas versões da Bíblia em latim. Muitas delas foram traduzidas sem nenhum cuidado e tinham erros flagrantes. Outra preocupação de Dâmaso era que os domínios oriental e ocidental da Igreja estavam sendo divididos por causa dos idiomas. Poucos compreendiam o latim no leste; e um número ainda menor compreendia o grego no oeste.

Por isso, o Papa Dâmaso estava ansioso por uma tradução revisada dos Evangelhos, em latim. Ele queria uma tradução que refletisse o grego original de maneira exata, mas que tivesse um latim eloquente e claro. Jerónimo era um dos poucos eruditos que poderiam fazer uma tradução assim. Sua fluência no grego, latim e siríaco, e seu conhecimento razoável do hebraico, o tornavam bem-qualificado para o trabalho. Então, comissionado por Dâmaso, Jerónimo deu início a um projeto que consumiria mais do que os próximos 20 anos de sua vida.

Aumenta a polémica

Embora fosse rápido na tradução dos Evangelhos, Jerónimo demonstrava claramente uma técnica erudita. Comparando todos os manuscritos gregos então disponíveis, ele fez correções tanto no estilo como no sentido do texto em latim, com o objetivo de harmonizá-lo ainda mais com o texto grego.

A tradução que Jerônimo fez dos quatro Evangelhos foi bem aceita de modo geral, assim como a revisão que fez dos Salmos, em latim, com base no texto da Septuaginta grega. Mesmo assim, ainda havia os que o criticavam. “Certas criaturas desprezíveis”, escreveu Jerónimo, “estavam deliberadamente atacando-me com a acusação de que eu me empenhara em corrigir passagens nos Evangelhos, contra a autoridade dos antigos e a opinião do mundo inteiro”. Essas denúncias intensificaram-se após a morte do Papa Dâmaso, em 384 EC. Por não ter um relacionamento muito favorável com o novo papa, Jerónimo decidiu deixar Roma. Mais uma vez, ele rumou para o leste.

A formação de um erudito em hebraico

Em 386 EC, Jerónimo estabeleceu-se em Belém, onde permaneceria pelo resto de sua vida. Ele foi acompanhado por um pequeno grupo de leais seguidores, incluindo Paula, uma mulher rica da nobreza romana. Paula adotou o modo de vida ascético em resultado da pregação de Jerónimo. Com o apoio financeiro dela, estabeleceu-se um mosteiro sob a direção de Jerónimo. Ali ele continuou com seu trabalho erudito e completou a maior obra de sua vida.

Morar na Palestina proporcionou a Jerónimo a oportunidade de melhorar sua compreensão do hebraico. Ele pagou a diversos tutores judeus para ajudá-lo a entender alguns dos aspectos mais difíceis do idioma. Mas mesmo com um tutor, não foi fácil. Falando a respeito de um professor, Baraninas de Tiberíades, Jerónimo disse: “Quanta dificuldade e quantas despesas tive para conseguir que Baraninas me ensinasse sob o manto da noite!” Por que estudavam à noite? Porque Baraninas temia o que a comunidade judaica poderia pensar de sua associação com um “cristão”!

Nos dias de Jerónimo, os judeus costumavam zombar dos gentios que falavam hebraico por não conseguirem pronunciar os sons guturais da maneira correta. Mesmo assim, após muito empenho, Jerónimo conseguiu dominar esses sons. Ele ainda transliterou um grande número de palavras hebraicas para o latim. Isso não somente o ajudou a lembrar-se das palavras, mas também preservou a pronúncia hebraica daquele tempo.

A maior polémica de Jerónimo

Não sabemos o quanto da Bíblia o Papa Dâmaso pretendia que Jerónimo traduzisse. Mas não há muita dúvida sobre como Jerônimo encarava o assunto. Ele era muito dedicado e determinado. Tinha o forte desejo de produzir algo que fosse “útil para a Igreja, digno da posteridade”. Por isso, decidiu fazer uma tradução revisada da Bíblia inteira para o latim.

No caso das Escrituras Hebraicas, Jerónimo pretendia basear seu trabalho na Septuaginta. Muitos encaravam essa versão grega das Escrituras Hebraicas, originalmente traduzida no terceiro século AEC, como diretamente inspirada por Deus. Por isso, a Septuaginta tinha ampla circulação entre os cristãos que falavam grego naquela época.

Mas à medida que prosseguia com seu trabalho, Jerónimo encontrou discrepâncias entre os manuscritos gregos, similares às que havia encontrado em latim. Sua frustração aumentou. Finalmente, ele chegou à conclusão que para produzir uma tradução confiável, teria de deixar de lado os manuscritos gregos, incluindo a mui reverenciada Septuaginta, e recorrer directamente ao texto hebraico original.

Essa decisão gerou protestos. Alguns tacharam Jerónimo de falsificador do texto, profanador de Deus, abandonando as tradições da Igreja em favor dos judeus. Até Agostinho — o principal teólogo da Igreja naquele tempo — implorou para que Jerónimo voltasse a usar a Septuaginta, dizendo: “Se a sua tradução começar a ser mais comumente lida em muitas igrejas, será aflitivo que, ao ler as Escrituras, deverão surgir diferenças entre as igrejas de língua latina e as de língua grega.”

Na verdade, Agostinho temia que a Igreja pudesse dividir-se caso as igrejas ocidentais usassem o texto de Jerónimo, em latim — baseado nos textos hebraicos —, ao passo que as igrejas gregas do leste ainda usavam a versão Septuaginta. Além disso, Agostinho manifestou dúvidas quanto a abandonar a Septuaginta em favor de uma tradução que somente Jerónimo podia defender.

Qual foi a reação de Jerónimo diante de todos esses contestadores? Como era de seu feitio, ele os ignorou. Continuou seu trabalho diretamente do hebraico e, em 405 EC, ele já tinha terminado sua Bíblia em latim. Anos mais tarde, sua tradução foi chamada de Vulgata, o que se refere a uma versão comumente aceita (o termo latino vulgatus significa “comum, aquilo que é popular”).

Consecuções de longo alcance

A tradução que Jerônimo fez das Escrituras Hebraicas foi muito mais do que uma revisão dum texto existente. Ela mudou o rumo do estudo e da tradução da Bíblia para as gerações futuras. “A Vulgata”, disse o historiador Will Durant, “continua sendo o maior e mais influente feito literário do quarto século”.

Embora Jerônimo tivesse uma língua afiada e uma personalidade contenciosa, ele redirecionou sozinho a pesquisa bíblica para o texto hebraico inspirado. Com uma visão aguçada, ele estudou e comparou antigos manuscritos gregos e hebraicos da Bíblia que não estão mais disponíveis atualmente. Seu trabalho também precedeu o dos judeus massoretas. Assim, a Vulgata é uma valiosa referência para se comparar traduções alternativas de textos bíblicos.

Sem justificar seu comportamento extremista ou seus conceitos religiosos, os que amam a Palavra de Deus podem valorizar os empenhos diligentes desse polémico pioneiro na tradução da Bíblia. Jerônimo realmente atingiu seu objetivo — produziu algo “digno da posteridade”.
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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptyQui Abr 15, 2010 5:44 am

Como podemos ter certeza de que a Bíblia não foi alterada?

“No número de antigos MSS. [manuscritos] que atestam a escrita e no número de anos decorridos entre o original e os MSS. atestantes, a Bíblia goza de uma decidida vantagem sobre os escritos clássicos [de Homero, Platão e outros]. . . . Ao todo, os MSS. clássicos constituem apenas um punhado em comparação com os bíblicos. Nenhum livro antigo é tão bem atestado como a Bíblia.” — The Bible From the Beginning (Nova Iorque, 1929), P. Marion Simms, pp. 74, 76.

Um relatório publicado em 1971 mostra que há provavelmente 6.000 cópias manuscritas que contêm todas as Escrituras Hebraicas ou partes delas; a mais antiga data do terceiro século AEC. Há, das Escrituras Gregas Cristãs, cerca de 5.000 em grego, a mais antiga datando do começo do segundo século EC. Existem também muitas cópias das primeiras traduções em outros idiomas.

Na introdução de seus sete volumes sobre Os Papiros Bíblicos de Chester Beatty, Sir Frederic Kenyon escreveu: “A primeira e mais importante conclusão a que se chega à base do exame deles [os papiros] é a conclusão satisfatória de que eles confirmam a exactidão essencial dos textos existentes. Não aparece nenhuma variação substancial ou fundamental quer no Velho quer no Novo Testamento. Não há nenhumas omissões ou adições importantes de trechos nem variações que afectem fatos ou doutrinas vitais. As variações do texto afectam questões menores, tais como a ordem das palavras ou as palavras precisas usadas . . . Mas a sua importância essencial é sua confirmação da integridade de nossos textos existentes pela evidência duma data anterior à disponível até agora.” — (Londres, 1933), p. 15.
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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... EmptyTer Ago 24, 2010 3:17 am

bem, se a bíblia então e universal ...‘Cada um interpreta a Bíblia do seu jeito.’

E, obviamente, nem todas as interpretações estão certas.

(1) ‘Torcer as Escrituras em apoio de nossas próprias ideias pode resultar em dano irremediável. (2 Ped. 3:15, 16)’

(2) ‘Duas coisas podem ajudar-nos a entender correctamente a Bíblia. Primeiro, o exame do contexto (os versículos circundantes) de qualquer declaração. A seguir, a comparação das passagens com outras declarações feitas na Bíblia relacionadas com o mesmo assunto. Desse modo, deixamos que a própria Palavra de Deus oriente o nosso raciocínio, e a interpretação não será a nossa e sim a dele.

Toda a bíblia tem um só pensamento, se aparentemente encontramos versículos que se contradizem, porque não pesquisar mais a fundo?
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MensagemAssunto: Re: Diferenças entre as bíblias...   Diferenças entre as bíblias... Empty

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