No 40.° ano da peregrinação de Israel pelo ermo, Moisés fez a seguinte descrição das características da terra em que estavam para entrar: “Jeová, teu Deus, te introduz numa terra boa, uma terra de vales de torrentes de água, de fontes e de águas de profundeza surgindo no vale plano e na região montanhosa.” — Deuteronómio 8:7.
A exactidão desta promessa foi logo sentida quando toda a nação — homens, mulheres, pequeninos e forasteiros — se reuniu no bem regado vale de Siquém, entre o monte Ebal e o monte Gerizim. Ao sopé do monte Gerizim estiveram de pé seis tribos. As outras seis tribos reuniram-se no lado oposto do vale, ao sopé do monte Ebal, para ouvir as bênçãos divinas que a nação usufruiria se obedecesse à Lei de Jeová, e as maldições que lhe sobreviriam se deixasse de cumprir a Lei de Deus. (Josué 8:33-35) Mas, será que havia espaço suficiente para a nação caber neste vale estreito? E como todos eles ouviram, sem um moderno equipamento de amplificação?
Jeová Deus poderia ter milagrosamente amplificado a voz dos levitas. No entanto, parece que tal milagre não foi necessário. A acústica neste vale é excelente. “Todos os viajantes”, escreveu o erudito bíblico Alfred Edersheim, do século 19, “concordam em dois pontos: 1. Que não podia haver nenhuma dificuldade em se ouvir distintamente tanto no Ebal como no Gerizim tudo o que se falava no vale. 2. Que estes dois montes proporcionavam a todo o Israel espaço suficiente para ficar de pé.”
Outro erudito bíblico do século 19, William Thomson, descreveu sua experiência neste vale no seu livro The Land and the Book (A Terra e o Livro): “Gritei para ouvir o eco, e depois imaginei como deve ter sido quando os levitas com alta voz proclamaram . . . ‘Maldito o homem que fizer imagem de escultura, uma abominação a Jeová.’ E depois o tremendo AMÉM! dez vezes mais alto, daquela poderosa congregação, elevando-se e aumentando, e ecoando do Ebal para o Gerizim, e do Gerizim para o Ebal.” — Deuteronómio 27:11-15.