Certificando-se da chamada para o Reino celestial (1:1-21). Pedro revela presteza em demonstrar preocupação amorosa pelos “que obtiveram uma fé”. Deseja que a benignidade imerecida e a paz lhes sejam incrementadas “pelo conhecimento exacto de Deus e de Jesus, nosso Senhor”. Deus lhes tem dado liberalmente “as promessas preciosas e mui grandiosas”, por meio das quais podem tornar-se participantes da natureza divina. Portanto, mediante esforço sério, suplementem à fé a virtude, o conhecimento, o auto-domínio, a perseverança, a devoção piedosa, a afeição fraternal e o amor. Se estas qualidades transbordarem neles, jamais se tornarão inactivos ou infrutíferos com respeito ao conhecimento exacto. Os irmãos devem fazer o máximo para se certificarem de sua chamada e escolha, bem como de sua entrada no Reino eterno de seu Senhor. Sabendo que ‘em breve se há de eliminar a sua habitação’, Pedro está disposto a lembrar-lhes estas coisas, para que façam menção delas depois de ele partir. Pedro foi testemunha ocular da magnificência de Cristo no monte santo, quando “pela glória magnificente lhe foram dirigidas palavras tais como estas: ‘Este é meu Filho, meu amado, a quem eu mesmo tenho aprovado.’” Assim, a palavra profética se torna tanto mais assegurada, e deve ser acatada, pois não foi produzida pela vontade do homem, “mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo”. — 1:1, 2, 4, 14, 17, 21.
Forte aviso contra falsos instrutores (2:1-22). Falsos profetas e instrutores introduzirão seitas destrutivas, promoverão conduta desenfreada e trarão virtupério sobre a verdade. Mas, a destruição deles não está cochilando. Deus não se refreou de punir os anjos que pecaram, de trazer um dilúvio nos dias de Noé, ou de reduzir Sodoma e Gomorra a cinzas. Mas ele livrou o pregador Noé e o justo Ló, de modo que “Jeová sabe livrar da provação os de devoção piedosa, mas reservar os injustos para o dia de julgamento, para serem decepados”. Pois estes são atrevidos, obstinados, iguais a animais irracionais, ignorantes, falam de modo ultrajante, acham prazer em ensinos enganosos, são adúlteros, cobiçosos, e, como Balaão, amam a recompensa proveniente de fazer o mal. Prometem liberdade mas são eles mesmos escravos da corrupção. Teria sido melhor para eles que não tivessem conhecido a vereda da justiça, pois aconteceu-lhes o que diz o provérbio: “O cão voltou ao seu próprio vómito e a porca lavada a revolver-se no lamaçal.” — 2:9, 22.
Tendo bem em mente o dia de Jeová (3:1-18). Pedro escreve para acordar as claras faculdades de pensar dos cristãos, para que se lembrem das declarações anteriormente feitas. Nos últimos dias virão ridicularizadores, dizendo: “Onde está essa prometida presença” de Cristo? Escapa à atenção desses homens que Deus destruiu o mundo da antiguidade por água e que “pela mesma palavra, os céus e a terra que agora existem estão sendo guardados para o fogo” e “reservados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios”. Mil anos são para Jeová como um só dia, assim, “Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa”, mas ele é paciente, não desejando que alguém seja destruído. Portanto, os cristãos devem estar alertas à sua conduta e devem praticar acções de devoção piedosa, enquanto aguardam e têm bem em mente a presença do dia de Jeová, pelo qual os céus serão dissolvidos por fogo e os elementos se derreterão pelo calor intenso. Mas, haverá “novos céus e uma nova terra” segundo a promessa de Deus. — 3:4, 7, 9, 13.
Assim, devem fazer o máximo ‘para serem finalmente achados por ele sem mancha nem mácula, e em paz’. Devem considerar a paciência de seu Senhor como salvação, assim como o amado Paulo lhes escreveu. Com este conhecimento adiantado, que se guardem para que não decaiam de sua própria firmeza. “Não”, conclui Pedro, “mas prossegui crescendo na benignidade imerecida e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória tanto agora como até o dia da eternidade”. — 3:14, 18.