As Primeiras Celebrações de Ano-novo
Os mesopotâmios acreditavam que o universo foi criado depois de uma luta colossal entre o seu deus Marduque e Tiamat, a deusa do caos. Marduque estabeleceu violentamente a ordem no caos.
Cada ano, sua consecução era comemorada na chegada das chuvas vitalizadoras.
Na lua cheia mais próxima de 1.° de
Novembro,
os celtas celebravam a festa de Samhain, que significa “fim do verão”.
Essa comemoração, que marcava o início do ano novo celta, ocorria no fim do verão, após a colheita e depois que os rebanhos eram trazidos do pasto para os abrigos.
Visto que o rei, que representava a ordem, fazia retiro por diversos dias, a populaça naqueles dias literalmente recriava o caos, bebendo, permitindo que escravos insultassem seus amos e cometendo imoralidade sexual.
Os antigos romanos copiaram a mesma idéia no seu festival das saturnais, em Dezembro.Por um tempo, o ano-novo dos romanos também começava em
março, mas, em 46 AEC, o imperador Júlio César assinou um decreto estabelecendo o início dele em 1.° de
janeiro. Esse dia já era dedicado a Jano, o deus das origens, e a partir daí também marcaria o início do ano romano. A data havia mudado, mas o clima de festa continuava. A Cyclopedia de McClintock e Strong relata que, em 1.° de janeiro, as pessoas “entregavam-se a intemperança e a várias formas de superstições pagãs”.
Antigas inscrições indicam que as comemorações de ano-novo datam de 3000 AEC, na Babilónia. Celebrada em meados de março, essa festividade era decisiva. “Nessa ocasião, o deus Marduque resolvia qual seria o destino do país no ano seguinte”, comenta The World Book Encyclopedia. A comemoração do ano-novo dos babilónios durava 11 dias e incluía sacrifícios, procissões e ritos de fertilidade. Em Babilónia, onde o festival do Ano-novo era altamente desenvolvido, envolvia também um ritual elaborado de exorcismo; para expulsar da cidade os ‘demónios do caos’ ao começar o Ano-novo.
O ano novo lunar dos chineses cai na primeira lua nova depois de o sol entrar na casa do Aquário no Zodíaco, que pode ser em qualquer tempo entre
21 de Janeiro e 19 de Fevereiro.E hoje? é diferente?
Por exemplo, em muitos países germânicos, é costume derreter chumbo ou estanho e mergulhá-lo na água ao dar meia-noite, assim que começa o Ano-novo. Daí, olhando para a forma criada ou para a sombra lançada por essa forma, cada um procura adivinhar o que trará o Ano-novo.
No México, multidões visitam a antiga cidade maia de Mitla no dia 1.° de janeiro. Há entre as ruínas uma pedra ‘Coluna da Vida’. Enquanto uma pessoa tenta abraçar completamente a coluna, outra pessoa calcula quantos dedos de espaço restam entre as mãos estendidas. Supõe-se que isto corresponda ao número de anos que a pessoa que está abraçando a coluna viverá.
Os japoneses se preocupam muito com seu primeiro sonho no Ano-novo, que crêem que revela sua sorte no ano que entra. Eles podem comprar papéis especiais e amuletos de boa sorte para assegurar um sonho agradável.
Em algumas regiões da América do Sul, as pessoas saúdam o ano-novo apoiadas apenas no pé direito. Outros tocam buzinas e soltam rojões. Segundo um costume checo, come-se sopa de lentilhas no ano-novo, ao passo que a tradição eslovaca dita que se deve colocar dinheiro ou escamas de peixe debaixo da toalha de mesa.
Tudo isso nos faz lembrar dos esforços dos antigos babilónios de adivinhar o futuro. O festival do Ano-novo era especialmente importante na adivinhação babilónica, pois ocorria então a “fixação do destino” para o ano entrante.
Esses rituais, cujo objectivo é espantar a má sorte e garantir a prosperidade, simplesmente perpetuam a antiga crença de que a virada do ano é uma ocasião para decidir destinos.O que a Bíblia diz sobre isso
A Bíblia alerta os cristãos a ‘andar decentemente, não em festanças e em bebedeiras’. (Romanos 13:12-14; Gálatas 5:19-21; 1 Pedro 4:3)Quando Paulo se referiu a ‘festanças e bebedeiras’, ele talvez estivesse falando também das comemorações de ano-novo, visto que já eram populares em Roma no primeiro século. Visto que as comemorações de ano-novo se enquadram exatamente nos excessos que a Bíblia condena, os cristãos não participam nessas festividades. Isso não quer dizer que são uns “desmancha-prazeres”. Muito pelo contrário, eles sabem que a Bíblia diz diversas vezes aos adoradores de Deus que se alegrem, e por vários motivos. (Deuteronômio 26:10, 11; Salmo 32:11; Provérbios 5:15-19; Eclesiastes 3:22; 11:9) A Bíblia também reconhece que a comida e a bebida andam de mãos dadas com a alegria. — Salmo 104:15; Eclesiastes 9:7a.
No entanto, conforme já observamos, as comemorações de ano-novo estão arraigadas em costumes pagãos. A adoração falsa é impura e detestável do ponto de vista de Jeová e os cristãos rejeitam costumes que têm essas origens. (Deuteronômio 18:9-12; Ezequiel 22:3, 4) O apóstolo Paulo escreveu: “Que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial?” Ele tinha bons motivos para acrescentar: “Cessai de tocar em coisa impura.” — 2 Coríntios 6:14-17a.
Os cristãos se dão conta de que participar em ritos supersticiosos não garante felicidade nem prosperidade — especialmente porque esse tipo de celebração incorre no desfavor de Deus. (Eclesiastes 9:11; Isaías 65:11, 12) Além do mais, a Bíblia adverte os cristãos a serem moderados e equilibrados na conduta. (1 Timóteo 3:2, 11) É claro que seria impróprio para alguém que alega seguir os ensinamentos de Cristo participar em comemorações que se caracterizam por excessos.
A recusa dos verdadeiros cristãos quanto a se empenharem em tais celebrações não significa que não gostam de se recrear e divertir. Gostam de fazer isso. Mas procuram preservar uma boa consciência perante Deus e os homens, evitando os excessos e também a aparência de estar celebrando festividades pagãs.