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 predeterminação e presciência?

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são vieira




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MensagemAssunto: predeterminação e presciência?   predeterminação e presciência? EmptyQua Jun 02, 2010 5:40 am

A presciência significa conhecimento de algo antes que aconteça ou exista. Na Bíblia, relaciona-se primariamente, embora não de forma exclusiva, com Jeová Deus, o Criador, e seus propósitos. Predeterminação significa a ordenação, decretação ou determinação de algo de antemão; ou a qualidade ou a condição de ser predeterminado.

Primeiro, a habilidade de Deus de saber de antemão e de predeterminar é claramente expressa na Bíblia. O próprio Jeová apresenta como prova de sua Divindade esta habilidade de saber de antemão e de predeterminar eventos de salvação e de libertação, bem como atos de julgamento e de punição, e, daí, fazer com que tais eventos se concretizem. Seu povo escolhido é testemunha destes fatos. (Is 44:6-9; 48:3-Cool Tal presciência e predeterminação divinas formam a base de toda profecia verdadeira. (Is 42:9; Je 50:45; Am 3:7, Cool Deus desafia as nações que se opõem ao seu povo a fornecer provas da alegada divindade de seus poderosos e de seus deuses-ídolos, convocando-os a fazê-lo por predizerem atos similares de salvação ou de julgamento, e depois fazer com que se cumpram. A impotência deles nesse respeito demonstra que seus ídolos são ‘mero vento e irrealidade’. — Is 41:1-10, 21-29; 43:9-15; 45:20, 21.

Um segundo
factor a ser considerado é o livre-arbítrio usufruído pelas criaturas inteligentes de Deus. As Escrituras mostram que Deus estende a tais criaturas o privilégio e a responsabilidade de livre escolha, de exercerem o livre-arbítrio (De 30:19, 20; Jos 24:15), tornando-as assim responsáveis por seus atos. (Gên 2:16, 17; 3:11-19; Ro 14:10-12; He 4:13) Portanto, não são meros autómatos ou robôs. O homem não teria sido realmente criado à “imagem de Deus” se não tivesse livre-arbítrio. (Gên 1:26, 27) Logicamente, não devia haver nenhum conflito entre a presciência (bem como a predeterminação) de Deus e o livre-arbítrio de suas criaturas inteligentes.

Um terceiro
factor que precisa ser tomado em consideração, e que às vezes é despercebido, é o relativo aos padrões e às qualidades morais de Deus, incluindo a justiça, a honestidade, a imparcialidade, o amor, a misericórdia e a bondade. Portanto, qualquer entendimento do emprego, por parte de Deus, dos poderes de presciência e de predeterminação precisa harmonizar-se não só com alguns desses factores, mas com todos eles. Evidentemente, seja o que for que Deus saiba de antemão, isso inevitavelmente tem de ocorrer, de modo que Deus é capaz de chamar “as coisas que não são como se fossem”. — Ro 4:17.

Surge então a pergunta: É o seu exercício da presciência infinito, sem limites? Prevê e sabe ele, de antemão, todas as acções futuras de todas as suas criaturas, espirituais e humanas? E predetermina ele tais acções, ou até mesmo predestina qual será o destino final de todas as suas criaturas, fazendo isso até mesmo antes de elas terem vindo a existir?

Ou é Deus selectivo e criterioso ao exercer a presciência, de modo que, seja o que for que Ele resolva prever e saber de antemão, ele o faz, mas aquilo que ele resolve não prever nem saber de antemão, ele não o faz? E, em vez de preceder à existência de suas criaturas, será que a determinação do destino eterno delas, por parte de Deus, aguarda o julgamento Dele do proceder de vida delas e a atitude comprovada delas sob teste? As respostas a essas perguntas têm necessariamente que proceder das próprias Escrituras e das informações que estas fornecem sobre as acções e os tratos de Deus com suas criaturas, inclusive o que foi revelado por intermédio do seu Filho, Cristo Jesus. — 1Co 2:16.

Exercício infinito da presciência? O argumento de que não saber Deus de antemão todos os eventos e circunstâncias futuras, em todos os pormenores, evidenciaria imperfeição de Sua parte é, na realidade, um conceito arbitrário sobre perfeição. A perfeição, correctamente definida, não exige tal extensão absoluta, toda abrangente, uma vez que a perfeição de algo depende realmente de se enquadrar por completo nos padrões de excelência fixados por aquele que está habilitado a julgar os seus méritos. (Veja PERFEIÇÃO.) Em última análise, a vontade e o bel-prazer do próprio Deus, não opiniões ou conceitos humanos, são os factores decisivos quanto a se algo é ou não perfeito. — De 32:4; 2Sa 22:31; Is 46:10.

Para ilustrar isso, a omnipotência de Deus é inegavelmente perfeita e infinita em capacidade. (1Cr 29:11, 12; Jó 36:22; 37:23) Todavia, sua perfeição em força não demanda que ele use seu poder ao máximo da capacidade de sua omnipotência em todo e qualquer caso. É evidente que ele não fez isso; se o tivesse feito, não só certas cidades e nações antigas teriam sido destruídas, mas a terra e tudo nela há muito já teriam sido obliterados por execuções do julgamento de Deus, acompanhadas de poderosas expressões de desaprovação e fúria, assim como no Dilúvio e em outras ocasiões. (Gên 6:5-8; 19:23-25, 29; compare isso com Êx 9:13-16; Je 30:23, 24.) Portanto, o exercício por parte de Deus de seu poder não é o simples desencadear de poder sem limites, mas é governado constantemente por seu propósito, e, quando merecido, moderado por sua misericórdia. — Ne 9:31; Sal 78:38, 39; Je 30:11; La 3:22; Ez 20:17.

De modo similar, se em certos sentidos Deus resolver exercer sua infinita habilidade de presciência de forma selectiva e no grau que lhe agrade, então seguramente nenhum homem ou anjo pode, de direito, dizer: “Que estás fazendo?” (Jó 9:12; Is 45:9; Da 4:35) Portanto, não se trata duma questão de habilidade, do que Deus possa prever, saber de antemão e predeterminar, pois “a Deus todas as coisas são possíveis”. (Mt 19:26) A questão é o que Deus julga apropriado prever, saber de antemão e predeterminar, pois “fez tudo o que se agradou em fazer”. — Sal 115:3.

O exercício selectivo da presciência. A alternativa ao predestinacionismo, o exercício selectivo ou criterioso dos poderes de presciência de Deus, teria de harmonizar-se com as normas justas do próprio Deus e ser coerente com o que ele revela sobre si mesmo em Sua Palavra. Em contraste com a teoria do predestinacionismo, diversos textos apontam para um exame, por parte de Deus, de dada situação então existente e para uma decisão feita à base de tal exame.

Assim, em Génesis 11:5-8 Deus é descrito como voltando sua atenção em direcção à terra, examinando a situação em Babel, e, naquele tempo, determinando a acção a ser tomada para interromper o projecto injusto em andamento ali. Depois que a iniquidade se desenvolveu em Sodoma e Gomorra, Jeová informou Abraão de sua decisão de investigar (por meio de seus anjos) para “ver se de fato agem segundo o clamor sobre isso, que tem chegado a mim, e se não for assim, ficarei sabendo disso”. (Gên 18:20-22; 19:1) Deus falou de ‘familiarizar-se com Abraão’, e, quando Abraão foi ao ponto de tentar sacrificar Isaque, Jeová disse: “Pois agora sei deveras que temes a Deus, visto que não me negaste o teu filho, teu único.” — Gên 18:19; 22:11, 12; compare isso com Ne 9:7, 8; Gál 4:9.

A presciência selectiva significa que Deus podia preferir não conhecer previamente, de forma indiscriminada, todas as acções futuras de suas criaturas. Isto significa que, em vez de toda a história a partir da criação ser apenas uma simples reprise do que já tinha sido previsto e predeterminado, Deus podia, com toda a sinceridade, colocar diante do primeiro casal humano a perspectiva de vida eterna numa terra livre de iniquidade. As instruções que Ele deu ao seu primeiro filho humano e à sua primeira filha humana para agirem como Seus agentes perfeitos e sem pecado ao encherem a terra com seus descendentes e a transformarem num paraíso, bem como ao exercerem controle sobre a criação animal, podiam ser assim expressas como a concessão de um privilégio realmente amoroso e como seu desejo genuíno para com eles — não apenas de dar-lhes uma comissão que, da parte deles, já estivesse fadada ao fracasso. Promover Deus uma prova, por meio da “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”, e ter Ele criado a “árvore da vida” no jardim do Éden também não seriam atos sem sentido ou cínicos, transformados nisso por Ele ter presciência de que o casal humano pecaria e jamais poderia comer da “árvore da vida”. — Gên 1:28; 2:7-9, 15-17; 3:22-24.

Reconhece-se que seria tanto hipócrita como cruel oferecer algo muitíssimo desejável a outra pessoa em condições que se sabe, de antemão, serem inatingíveis. A Palavra de Deus apresenta a perspectiva de vida eterna como alvo para todos, um alvo que é possível alcançar. Depois de exortar seus ouvintes a ‘persistir em pedir e buscar’ coisas boas junto a Deus, Jesus salientou que um pai não dá uma pedra ou uma serpente ao filho que pede pão ou peixe. Revelando o conceito de seu Pai no que tange a frustrar as esperanças legítimas duma pessoa, Jesus disse a seguir: “Portanto, se vós, embora iníquos, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem!” — Mt 7:7-11.

Assim, os convites e as oportunidades que Deus coloca diante de todos os homens, de receberem benefícios e bênçãos eternas, foram feitos de boa-fé. (Mt 21:22; Tg 1:5, 6) Ele pode, com toda a sinceridade, instar com os homens a ‘recuar da transgressão e continuar a viver’, como fez com o povo de Israel. (Ez 18:23, 30-32; compare isso com Je 29:11, 12.) Logicamente, Ele não poderia fazer isso se já soubesse de antemão que tais pessoas estavam individualmente fadadas a morrer em iniquidade. (Veja At 17:30, 31; 1Ti 2:3, 4.) Como disse Jeová a Israel: “Nem disse eu à descendência de Jacó: ‘Procurai-me simplesmente para nada.’ Eu sou Jeová, falando o que é justo, contando o que é recto. . . . Virai-vos para mim e sede salvos, todos vós nos confins da terra.” — Is 45:19-22.

De modo similar, o apóstolo Pedro escreve: “Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa [a respeito do vindouro dia de prestação de contas], conforme alguns consideram a vagarosidade, mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento.” (2Pe 3:9) Caso Deus já soubesse de antemão e predeterminasse, milénios antes, precisamente que pessoas receberiam a salvação eterna e que pessoas receberiam a destruição eterna, bem que se poderia perguntar quão significativa seria tal ‘paciência’ de Deus, e quão genuíno seria o Seu desejo de que ‘todos alcançassem o arrependimento’. O inspirado apóstolo João escreveu que “Deus é amor”, e o apóstolo Paulo declara que o amor “espera todas as coisas”. (1Jo 4:8; 1Co 13:4, 7) Em harmonia com esta notável qualidade divina, Deus tem de mostrar uma atitude genuinamente aberta e bondosa para com todas as pessoas, desejoso de que elas obtenham a salvação, até que elas se provem indignas, além de esperança. (Veja 2Pe 3:9; He 6:4-12.) Assim, o apóstolo Paulo fala da “qualidade benévola de Deus [que] está tentando levar-te ao arrependimento”. — Ro 2:4-6.

Por último, se por meio da presciência de Deus a oportunidade de receber os benefícios do sacrifício resgatador de Cristo Jesus já estivesse irrevogavelmente fechada para alguns, talvez para milhões de pessoas mesmo antes de nascerem, de modo que tais jamais conseguiriam provar-se dignas de tais benefícios, não se poderia dizer verazmente que o resgate foi colocado à disposição de todos os homens. (2Co 5:14, 15; 1Ti 2:5, 6; He 2:9) A imparcialidade de Deus não é, evidentemente, uma simples figura de linguagem. “Em cada nação, o homem que . . . teme [a Deus] e que faz a justiça lhe é aceitável.” (At 10:34, 35; De 10:17; Ro 2:11) Tal opção se acha real e genuinamente aberta a todos os homens para ‘buscarem a Deus, se tatearem por ele e realmente o acharem, embora, de fato, não esteja longe de cada um de nós’. (At 17:26, 27) Portanto, não existe nenhuma vã esperança ou promessa oca expressa na exortação divina contida no fim do livro de Revelação (Apocalipse), que convida: “Quem ouve diga: ‘Vem!’ E quem tem sede venha; quem quiser tome de graça a água da vida.” — Re 22:17.

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