Visto que sua mãe Ana o prometera ao serviço de Jeová como nazireu mesmo antes de ele ser concebido (1Sa 1:11), Samuel foi levado ao tabernáculo em Silo assim que foi desmamado (talvez à idade de pelo menos três anos; veja 2Cr 31:16) e foi deixado entregue aos cuidados do sumo sacerdote Eli. (1Sa 1:24-28) Assim, Samuel, cingido dum éfode de linho, ‘ministrava a Jeová’ ainda menino. Sua mãe visitava-o anualmente e trazia-lhe uma nova túnica sem mangas. (1Sa 2:18, 19) À medida que crescia, Samuel tornou-se “mais benquisto, tanto do ponto de vista de Jeová como do dos homens”. — 1Sa 2:26.
À noite, Samuel dormia “no templo de Jeová onde se achava a arca de Deus”, e sua primeira tarefa de manhã parece ter sido a de abrir “as portas da casa de Jeová”. (1Sa 3:3, 15) Evidentemente, as palavras “onde se achava a arca de Deus” aplicam-se à área do tabernáculo, e não devem ser entendidas como indicando que Samuel dormia no Santíssimo. Ele, como levita coatita, não-sacerdotal, não tinha direito de ver a Arca ou qualquer outra mobília sagrada dentro do santuário. (Núm 4:17-20) A única parte da casa de Jeová a que Samuel tinha acesso era o pátio do tabernáculo. Portanto, as portas que abria devem ter sido as que davam acesso ao pátio, e deve ter sido ali que ele dormia. Durante o período em que o tabernáculo tinha permanência em Silo, provavelmente fizeram-se várias construções, e uma delas pode ter servido de dormitório para Samuel.
Certa noite, depois de se ter recolhido, Samuel ouviu uma voz chamá-lo pelo nome. Imaginando que era o sumo sacerdote Eli, ele correu para vê-lo. Depois de isso ocorrer três vezes, Eli discerniu que Jeová chamava Samuel e o instruiu concordemente. Jeová revelou então a Samuel Seu julgamento contra a casa de Eli. Temeroso, Samuel não deu espontaneamente quaisquer informações sobre a palavra de Jeová, até ser solicitado por Eli a fazê-lo. Assim começou a obra profética de Samuel, e com o tempo todo o Israel apercebeu-se de que ele deveras era profeta de Jeová. — 1Sa 3:2-21.